Open Banking no Brasil e o PSD2

Certamente você já ouviu falar sobre Open Banking. Ultimamente o tema tem recebido bastante atenção do setor financeiro, tanto no Brasil, quanto no mundo.

Muito dessa atenção se deve ao PSD2, uma diretiva que entrou em vigor no início de 2018 na Europa, e que promete mudar muito o setor financeiro por lá.

Mas o que é o Open Banking, PSD2 e qual a relação das duas coisas?

Vamos lá!

Open Banking

Open Banking é a tendência de abertura das APIs* de instituições bancárias para terceiros, com o intuito de facilitar a criação de novos negócios dentro de um ecossistema digital mais integrado.

*Entende-se API como Application Programming Interface (Interface de Programação de Aplicação). De uma forma bem simples, é por onde os sistemas “conversam”.

Vou exemplificar.

O Guia Bolso é uma plataforma de gestão financeira. Uma de suas funcionalidades é gerar relatórios intuitivos com os gastos dos usuários divididos por categorias. Para isso, a plataforma utiliza informações do extrato de conta corrente bancária dos seus usuários.

Como o Guia Bolso tem acesso a esses dados? Através das APIs dos bancos!

No entanto, se integrar às APIs dos bancos não é uma tarefa tão simples, tanto do ponto de vista técnico, quanto do de negócios.

Nesse contexto, o movimento do Open Banking visa facilitar a integração dos sistemas de bancos com fintechs, instituições financeiras e outros parceiros através de APIs, aumentando as possibilidades de novos negócios.

O PSD2

De forma geral, o PSD2 (Payment Services Directive) é uma regulação europeia que acabou com o monopólio dos bancos sobre os dados de seus clientes, permitindo que eles sejam compartilhados com terceiros.

Desta forma, os bancos são obrigados a abrirem suas APIs para parceiros externos.

A justificativa da norma é de que os dados bancários pertencem ao cliente, e não aos bancos.

Com isso, qualquer fintech ou instituição financeira pode se integrar às APIs bancárias para oferecer seus serviços. Claro, existem padrões de segurança nesse processo.

Mas agora, os dados (que antes pertenciam somente aos bancos) podem ser utilizados por qualquer um, desde que tenham a autorização do cliente.

E quais são as consequências do PSD2?

O PSD2 acelerou o movimento do Open Banking.

Com essa disrupção, o acesso às informações dos bancos por terceiros se torna mais rápido e barato, possibilitando o desenvolvimento de novos negócios e ecossistemas digitais. Ao longo do tempo, isso se reverte em um mercado mais competitivo e com ofertas de serviço mais especializadas para os consumidores.

Para os bancos, esse movimento tem lados positivos e negativos. Por um lado, o Open Banking abre oportunidade para novas fontes de receita, mas por outro a competição cresce.

As fintechs serão as mais beneficiadas, devido à quebra de uma enorme barreira de entrada para a prestação de diversos serviços financeiros.

>>Leitura recomendada: Open Banking no mundo: êxitos globais do novo ecossistema financeiro

Open Banking no Brasil

No Brasil ainda não existe nenhuma regulamentação como o PSD2, que obriga os bancos a abrirem suas APIs.

Porém, o tema certamente está na pauta dos gestores das instituições financeiras, que já estão caminhando para a abertura de suas APIs.

O Banco do Brasil foi o primeiro a lançar uma plataforma de Open Banking na América Latina, com APIs de Financial Reports e Payments.

A tendência é que, aos poucos, as instituições financeiras sigam esse movimento, tornando o mercado financeiro cada vez mais integrado.

Segundo o Radar FintechLab, em 2017 existiam 332 fintechs atuando no Brasil, um aumento de 36% em relação a 2016. A expectativa é que esse número continue crescendo, representando um mar de oportunidades de novos negócios.

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