Modernização de aplicações: como continuar competitivo no mercado

A modernização de aplicações é um processo de atualizar a infraestrutura de plataforma, arquitetura interna e/ou recursos de aplicativos legados existentes, ao invés de substituí-los, a fim de melhorar o desempenho de entrega do software.

É como reformar uma casa para aproveitar as melhorias de eficiência, segurança e integridade estrutural, porém ao invés de vender a casa e comprar uma nova, a modernização legada estende a vida útil dos aplicativos de uma organização e, ao mesmo tempo, aproveita as inovações técnicas.

Muitos dos sistemas legados não conseguem mais acompanhar as necessidades recentes do mercado, então precisam ser atualizados. Porém, muitos desses sistemas são complexos e essa substituição, além de ter um alto custo, pode levar muito tempo. Por isso a modernização é uma opção funcional.

De acordo com um recente relatório da fornecedora de soluções de segurança, F5 , divulgado pela TI Inside, 77% dos CIOs e CISOs de todo o mundo estão investindo em modernização de suas aplicações internas ou voltadas ao atendimento ao cliente. Destes mesmos 1,5 mil entrevistados, 68% estão atualizando e implementando seus sistemas legados diretamente na nuvem.

A discussão sobre modernização de aplicativos hoje está muito focada em aplicativos locais monolíticos e como eles podem ser atualizados para a arquitetura de nuvem e padrões de lançamento, como microsserviços e DevSecOps.

Há diversas tecnologias que permitem evoluir a arquitetura do sistema sem precisar quebrar o monolito de uma vez. Cada empresa determinará suas prioridades estratégicas: pode ser destruir e substituir sistemas legados em favor de um sistema totalmente novo ou optar por criar uma solução comercial personalizada, ou transferir tecnologias, processos e pessoas de uma fonte de terceiros.

É essencial que você conheça as diferentes estratégias e tecnologias para tornar confiável e eficiente o processo de modernização de aplicações na sua organização, por isso, continue a leitura.

 

Por que modernizar aplicações legadas?

A modernização de aplicações e processos é essencial para a transformação digital de uma organização, para mantê-la competitiva no mercado. Segundo uma pesquisa realizada pela Google Cloud, apenas 30% das empresas são líderes digitais habilitados.

Aplicações legadas demandam tempo, orçamento e manutenção constante, se tornando obstáculos à inovação, flexibilidade e escalabilidade. A modernização de aplicações foi desenvolvida justamente para devolver agilidade e eficiência às aplicações legadas.

Uma estratégia robusta de modernização de aplicações pode reduzir os recursos e custos necessários em todo o processo e entrega de serviços ao consumidor final, consequentemente, levando a empresa a um lugar competitivo, com novas tecnologias, agilidade e maior facilidade de se adaptar às exigências e atualizações do mercado.

De acordo com o relatório Top Strategic Technology Trends 2023, o Banco Itaú adicionou recursos preditivos e de correção a seus sistemas de monitoramento para:

  • avaliar continuamente a saúde,
  • melhorar o desempenho do sistema e
  • fornecer informações sobre o que impulsiona a melhor experiência do funcionário e do cliente.

Esses recursos aumentaram a correção automática de incidentes em 37% e diminuíram o tempo médio de resolução em 45%.

Além da estratégia e metodologia corretas, é fundamental que a escolha de um parceiro de tecnologia, também seja assertiva: os parceiros devem reunir capacidades técnicas e estratégicas garantindo uma visão a longo prazo, de acordo com os objetivos do seu negócio e o lugar onde ele está na jornada de transformação digital.

 

Quando uma aplicação se torna obsoleta?

Segundo a Jmix, um aplicativo possui uma vida média de 10 a 20 anos, no mundo empresarial. Durante esse período, ele pode evoluir e sofrer pequenas alterações de acordo com a necessidade do negócio. Ou seja, não é só porque uma nova tecnologia surgiu no mercado que um aplicativo se torna obsoleto, afinal, novos aplicativos surgem a todo momento.

Três situações podem definir uma aplicação como obsoleta para sua organização:

  1. Não pode ser suportada. Por exemplo, se um fornecedor sai do negócio e não há uma equipe com experiência necessária;

  2. Não pode ser atualizado para atender a novos requisitos de sistema ou negócios. Por exemplo, um aplicativo de desktop que não pode ser codificado para se tornar aplicativo ou ter uma versão mobile;

  3. Ou transitivamente, só pode funcionar com software ou hardware obsoleto. Por exemplo, um aplicativo móvel que requer Symbian OS ou um site que requer Flash player.

É importante sempre levar em consideração as necessidades específicas de cada negócio e cada estratégia. Uma aplicação pode se tornar obsoleta para uma empresa, enquanto para outra ainda possui anos de vida útil, por isso cada organização deve avaliar se é vantajoso ou não modernizar seus sistemas legados e como realizar esse processo.

 

Quais são as principais tecnologias e padrões para a modernização de aplicações?

O sucesso da modernização de aplicações se resume à estratégia e à escolha de projetos de modernização em que os benefícios de nuvem, velocidade, desempenho, e escala melhorem a experiência do cliente e a entrega de valor. Existem diversas tecnologias e padrões que podem facilitar os processos de modernização de aplicações:

1. Cloud computing

De acordo com o relatório da Google Cloud em conjunto com o Boston Consulting Group, As chaves para dimensionar o valor digital, 78% dos líderes disseram que a adoção da nuvem e as soluções digitais os ajudaram a melhorar a segurança cibernética e a conquistar a confiança do cliente e 80% dos líderes digitais em serviços financeiros começam projetando soluções para serem nativas da nuvem.

A migração de aplicativos para a nuvem normalmente permeia as discussões de modernização de aplicações.

>> Leitura recomendada: Multicloud: múltiplas nuvens a favor dos objetivos da sua empresa

2. Contêineres e Kubernetes

Os contêineres são pacotes de softwares localizados na nuvem, que podem ser executados em qualquer ambiente, para empacotar, implantar e operar aplicativos e cargas de trabalho. Para 58% dos entrevistados pela Konveyor, a modernização é definida como conteinerização de cargas de trabalho.

3. Microsserviços

O padrão mais comum de modernização de aplicações é a divisão de um aplicativo monolítico em uma coleção de micro serviços. A proposta da arquitetura de micro serviços é desenvolver sistemas que sejam mais flexíveis, escaláveis e com manutenção mais simples do que as arquiteturas de sistemas monolíticos, que normalmente são utilizadas.

>> Leitura recomendada: Micro Serviços: Qual a diferença para a Arquitetura Monolítica?

4. APIs

As APIs (Interfaces de Programação de Aplicações) ajudarão sua organização a se comunicar e trabalhar de maneira mais integrada, entre áreas da própria empresa e também com soluções de terceiros.

A Nike, por exemplo, construiu “plataformas combináveis” que unem “capacidades de negócios globais estrategicamente relacionadas que são implementadas por tecnologias modulares e combináveis expostas por meio de APIs”.

Essa abordagem é baseada mais fortemente na integração do que na migração e permite que novos aplicativos aproveitem os recursos dos sistemas e dados já existentes.

5. Automação

A automação é um princípio importante, já que é cada vez mais fundamental para que as equipes de DevSecOps operem de forma sustentável e escalável. Muitas tarefas associadas a contêineres e micro serviços podem ser automatizadas na jornada de modernização de aplicações. Ainda de acordo com a Konveyor, 52% dos entrevistados viram na automação um resultado importante da modernização.

>> Leitura recomendada: Por que a automação de processos é relevante para as empresas?

6. Lift and Shift, refatoração e replatforming

Lift and Shift, refatoração e replatforming são três abordagens diferentes para realizar a modernização de aplicações:

  • Lift and shift: também chamado de rehosting, acontece quando um aplicativo existente é movido de um ambiente legado para uma infraestrutura atualizada.

  • Refatoração: envolve pegar um aplicativo e reestruturar a base de código existente, muito utilizada na arquitetura de microsserviços.

  • Replatforming: não requer grandes alterações no código ou arquitetura, mas permite que o aplicativo legado aproveite de uma plataforma de nuvem moderna.
 

Benefícios da modernização dos sistemas legados

A modernização de aplicações legadas impacta os resultados de negócios e auxilia as organizações a ter mais flexibilidade de adaptação em novos cenários. Veja alguns dos benefícios de atualizar seus sistemas legados.

Escalabilidade e confiabilidade

De acordo com o relatório “Estado da Modernização de aplicações”, da Konveyor, 68% das companhias entrevistadas pretendem ter um aumento da confiabilidade ao modernizar seus aplicativos legados e 66%, melhora na escalabilidade. Os líderes que dimensionam soluções com sucesso por meio da terceirização para parceiros e escalabilidade geram 20% mais economia de custos e 20% mais crescimento de receita do que os retardatários que não escalam, segundo pesquisa da Google Cloud.

Redução de custos

O relatório da Konveyor também mostra que 59% das organizações esperam uma redução de custos ao modernizar os seus sistemas legados.

Aumento da frequência e entrega

94% dos líderes digitais entrevistados pela Google Cloud ganharam a capacidade de conectar soluções digitais à sua pilha de tecnologia usando APIs e microsserviços.

Segurança

Ainda de acordo com a Konveyor, 54% das organizações entrevistadas para o relatório veem na modernização de aplicativos uma forma de melhorar a segurança na organização. Já segundo a pesquisa da Google Cloud, 76% dos líderes digitais melhoraram sua confiança na segurança, disponibilidade e sustentabilidade dos dados. No Brasil, 78% dos líderes relataram que a adoção da nuvem e as soluções digitais os ajudaram a melhorar a segurança cibernética e a conquistar a confiança do cliente.

Outros benefícios são: melhora na velocidade de entrega de novos recursos; melhor dimensionamento de aplicativos e desempenho e criação de um centro de dados de longo prazo.

 

Desafios da modernização de aplicativos

De acordo com o relatório da Konveyor, apenas 20% das organizações que modernizaram suas aplicações não encontraram desafios durante o processo. Mais de 30% apontaram que a resistência à mudança acabam gerando barreiras culturais, que impactam os processos de modernização.

Um grande desafio apontado por 27% das empresas foram as restrições de custo, diretamente atreladas à resistência cultural da modernização. Outros desafios apontados foram:

  • encontrar a melhor tecnologia e padrão para realizar a modernização;
  • escassez de habilidades nas equipes e
  • manter-se atualizado e competitivo.

>> Leitura recomendada: O papel e os impactos da tecnologia na cultura organizacional

 

Tendências e Observabilidade em função da modernização

Segundo Otávio Nascimento, Microsoft Alliance Manager na SoftwareONE, para a TI Inside, “as organizações que mantêm sua operação funcionando com sistemas legados estão, muitas vezes, em uma zona de conforto. Sair desse ambiente é um grande desafio, uma vez que para realizar essa modernização geralmente não tão rápido, é necessário uma grande mobilização”.

Poucas empresas estão dispostas ou são capazes de retirar aplicativos legados e recomeçar do zero, afinal, os custos, perdas de produtividade e outros problemas são muito grandes nessas circunstâncias. Portanto, a modernização de aplicativos é a maneira mais sensata para muitas empresas aproveitarem as vantagens das plataformas e estruturas mais recentes.

De acordo com o relatório Top Strategic Technology Trends 2023 da consultoria Gartner, as 10 maiores tendências de tecnologia para 2023 são:

  1. Sistema imunológico digital
  2. Observabilidade Aplicada
  3. Gerenciamento de confiança, risco e segurança de IA
  4. Plataformas de nuvem do setor
  5. Engenharia de plataforma
  6. Realização de valor sem fio
  7. Super aplicativos
  8. IA adaptável
  9. Metaverso
  10. Tecnologia Sustentável

Essa mesma pesquisa mostra que 94% dos CEOs desejam manter ou acelerar a transformação digital impulsionada pela pandemia. É fundamental observar, então, quais tecnologias serão mais relevantes para sua organização, sabendo que nem todas precisam ser implementadas de uma só vez.

Uma das tendências que trabalha em conjunto com a modernização de aplicações é a observabilidade aplicada, ou seja, o uso de dados observáveis que permite o planejamento proativo de decisões futuras de negócios mais rápidas e precisas.

Decisões como “quais aplicativos legados atualizar” e “quais devem ser mantidos por certo período” podem ser embasadas em dados vindos da observabilidade e aplicados sistematicamente. A Tesla é um exemplo de organização que usa elementos direcionados de observabilidade aplicada. Ela oferece seguro de veículos em vários estados dos EUA para proprietários de Tesla com base apenas em seu comportamento de direção “observável” em tempo real.

 

Como a Opus pode apoiar a sua modernização de aplicações

Uma das maiores empresas privadas de saneamento do Brasil, responsável pela gestão de serviços de água e esgoto e no desenvolvimento sustentável de soluções ambientais de mais de 100 municípios, nos procurou para ampliar os meios de pagamento oferecidos aos seus clientes.

O objetivo era criar uma experiência unificada para todas as regiões atendidas, começando pelo cartão de cartão de crédito, em seguida pelo Pix.

O sistema comercial dessa companhia foi desenvolvido em uma arquitetura de monolito, o que representava um desafio para:

  • agilidade na realização de melhorias;
  • suporte;
  • manutenção;
  • implementação de novas funcionalidades.

Portanto, o desafio era modernização aplicação para oferecer os novos meios de pagamento com agilidade, sem afetar o legado.

Diante dessa necessidade do cliente, nós optamos pela utilização da arquitetura de microsserviços, que é mais ágil e permite a rápida implementação de novas funcionalidades, além de facilitar a manutenção e o suporte a longo prazo, contemplando os objetivos da empresa de saneamento.

Ao longo dessa modernização, nós apoiamos as interações com os responsáveis pelos sistemas de cartão de crédito, os desenvolvedores da interface front-end e com o sistema de monolito, que ainda controla a parte de back-office de pagamentos da empresa. Tudo isso para garantir que o sistema disponível para o usuário fosse responsivo e seguro.

Dessa forma, os novos meios de pagamento foram disponibilizados dentro no prazo, beneficiando mais de 16 milhões de usuários.

Nós entendemos o contexto dos nossos clientes e sabemos que muitos sistemas são complexos e com necessidades únicas, por isso, podemos ajudar para que o negócio continue crescendo.

Entre em contato conosco, vamos conversar mais sobre um plano de modernização de aplicações para o seu negócio.


modernização de aplicações

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Newsletter

Insights de tecnologia para você!

Não compartilharemos seu e-mail com terceiros e também prometemos não enviar spams. Ao informar seu e-mail, você concorda com nossa Política de Privacidade.

Conteúdos relacionados

Veja nesse artigo de Edison Kalaf, sócio diretor da Opus Software, como a TI não é apenas operacional, mas um agente ...
Confira como funciona a Inteligência Artificial Geral, os impactos sociais e éticos dessa tecnologia e o que podemos ...
Veja nesse artigo como evitar drawbacks e interrupções de serviço ao utilizar Kubernetes, maximizando a eficiência.