Futuro dos meios de pagamento

O futuro dos meios de pagamento engloba mais do que simples transações; representa uma transformação na maneira como interagimos com dinheiro, onde a conveniência, velocidade e segurança são primordiais.

Em um mundo cada vez mais digitalizado, os meios de pagamento do futuro estão redefinindo o comércio e as finanças pessoais, impulsionados por inovações tecnológicas e mudanças nos comportamentos e preferências dos consumidores.

Neste cenário em transformação, diversos fatores como movimentos geopolíticos, crises econômicas e a digitalização acelerada estão moldando as novas formas de pagamento. Inovações como transações digitais e plataformas online estão estabelecendo novos padrões e expectativas de experiências enriquecidas e personalizadas.

No Brasil, um componente crucial nessa transformação é o Open Finance. Este ecossistema inovador desempenha um papel vital ao habilitar novos meios de pagamento, alinhados com as tendências futuras, abrindo caminho para soluções mais ágeis, seguras e adaptadas às necessidades individuais dos usuários.

Neste artigo, exploraremos as tendências emergentes, a importância do Open Finance e como estas inovações estão redefinindo o setor financeiro. Para as instituições de pagamento, entender e adaptar-se a essas mudanças não é apenas uma oportunidade de crescimento, mas uma necessidade crítica para evitar a perda de receita.


Futuro dos meios de pagamento: o que está mudando?

Movimentos geopolíticos, digitalização acelerada e crises econômicas têm moldado o futuro dos meios de pagamento e a forma com a qual as pessoas movimentam o seu dinheiro.

A inflação crescente e juros mais altos mudam a dinâmica do mercado, pois os consumidores buscam reduzir seus gastos. Isso, aliado ao fato de os avanços tecnológicos e da mudança no comportamento dos consumidores, abre espaço para a entrada de novos players inovadores na seara de pagamentos. Além disso, as boas experiências oferecidas por plataformas online definem o ponto de paridade e se tornam referência para processos de pagamento. Ou seja, a expectativa do cliente é cada vez mais alta.

A “Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária”, realizada pela consultoria Deloitte, mostrou os principais temas que circularam no mercado financeiro em 2023:  


Dentre esses temas, podemos destacar o crescimento de mais de 30% no número de transações digitais. Atualmente, 8 em cada 10 transações são digitais, evidenciado pela queda nas transações via ATM e pelo crescimento de 105% do Pix. A pesquisa também mostrou o WhatsApp chamando atenção e se mostrando como um meio de pagamento relevante no futuro.

Esses dados vão ao encontro de uma pesquisa realizada pela Accenture que mostrou que mesmo que os métodos tradicionais de pagamento ainda sejam dominantes na maioria dos mercados, as alternativas inovadoras têm ganhado participação de mercado.

Isso porque, de acordo com o estudo, muitos consumidores estão frustrados com as opções atuais, tanto para pagamentos online quanto presencial. As principais queixas são:

  • Transações lentas;
  • Pagamentos com falhas;
  • Escassez de suporte.

Para se ter uma ideia, um terço dos consumidores que usam cartão de crédito como seu primeiro método de pagamento para compras presenciais considera ou deseja mudar para métodos de pagamento alternativos. Metade deles planeja trocar para meios livres de juros na medida em que procura reduzir seus gastos financeiros.

Ainda de acordo com a pesquisa, Brasil, China e Índia estão à frente quando o assunto é adoção de novos meios de pagamento, sendo o Brasil o segundo maior mercado de pagamentos instantâneos do mundo.

Os consumidores querem opções de pagamento mais rápidas, flexíveis e convenientes, para pagar em qualquer lugar, a qualquer hora e da forma que quiserem. Nesse sentido, a pesquisa apresenta o termo “IIF” para instantâneo, invisível e gratuito, como o ideal para os meios de pagamento do futuro.

Com os clientes cada vez mais exigentes, os provedores de meios de pagamento precisam focar em oferecer experiências sem atritos, para não perder clientes para outros players que oferecem maior flexibilidade, velocidade e facilidade de uso.

Até mesmo porque, a falta de investimento nessa área pode causar prejuízos financeiros. De acordo com análise da Accenture bancos emissores de cartões que conduzirem uma abordagem tímida para pagamentos poderiam perder em torno de 4,6% das receitas totais globais de pagamentos online e com cartões, ou seja US$ 89 bilhões, nos próximos três anos.

Por outro lado, há um mar de oportunidades para aqueles que repensarem suas estratégias, oferecendo produtos e serviços com valor agregado e experiências omnichannel. Fatores-chave como confiança, estabilidade e segurança podem ainda ajudar a ampliar a receita, reforçar a relevância e a participação de mercado do player.

Quais são os meios de pagamento do futuro?

Carteiras digitais

As carteiras digitais são aplicações que permitem o pagamento, a partir de um dispositivo móvel, armazenando com segurança os dados críticos e senhas. De acordo com a pesquisa já mencionada acima, mais da metade dos entrevistados usa carteiras digitais mais do que cinco vezes por mês em transações, comparado com 48% que usam seus cartões de crédito na mesma frequência. A maioria (60%) dos consumidores que usam carteiras digitais recorre a mais de uma, devido a casos de uso individuais oferecidos pelos provedores das carteiras.

Destaque para grandes varejistas ou redes hoteleiras, por exemplo, que oferecem vantagens como recompensa pela fidelidade e somente podem ser usadas para adquirir produtos e serviços dessas marcas.

No caso das carteiras digitais, muitas inovações são impulsionadas por bigtechs e não necessariamente pelo setor bancário.

Pagamentos A2A

Pagamentos “entre contas” ou A2A, envolvem movimentar quantias diretamente de uma conta para outra sem a necessidade de adicionar intermediários ou instrumentos de pagamento como cartões.

Esse tipo de pagamento tem crescido rapidamente, com 10% de todos os entrevistados usando este método pelo menos cinco vezes por mês.

Ele tem se mostrado interessante para melhorar a inclusão financeira em países onde a penetração bancária é baixa. A América Latina, por exemplo, onde o meio mais tradicional era o dinheiro demonstrou uma alta adesão aos pagamentos A2A.

Buy now, pay later

BNPL ou “compre agora e pague depois” em português é a evolução digital da opção de pagamentos parcelados, que tem grande apelo popular, por auxiliar a flexibilizar o orçamento e ainda evitar juros altos.

De acordo com a pesquisa, os entrevistados disseram que dobrariam o uso do BNPL para compras online nos próximos 3 anos; com 40% afirmando ainda que gostaria de utilizar esse meio de pagamento com mais frequência, caso essa opção fosse oferecida pelo banco.

Para os bancos, o pagamento parcelado embutido em cartões ou como um produto BNPL representa uma oportunidade de promover bem-estar financeiro e ajudar os consumidores a otimizarem suas finanças por meio de financiamento responsável.

Com os consumidores buscando reduzir as despesas com juros nesta época de inflação ascendente e aumento das taxas, o BNPL poderia ser uma modalidade atraente para bancos expandirem seu conjunto de produtos.

Pix

Hoje, no Brasil, 7 em cada 10 transações são feitas por meios digitais. Com isso, o Pix tem se tornado um meio de pagamento muito popular, por ser simples, seguro, conveniente e ágil. Este último é importante, especialmente considerando o processo de desenvolvimento dos produtos.

Em 2023, o volume de transações realizadas por Pix aumentou 217% em relação ao ano anterior. O número de operações saltou de 11,7 bilhões em 2022 para 37,1 bilhões em 2023, movimentando um total de R$ 16,9 trilhões, em comparação aos R$ 10,9 trilhões do ano anterior.

Nesse sentido, o Pix pode ser uma porta de entrada para meios de pagamento digitais, abrindo um leque para novos negócios e experiências para os clientes. Isso faz com que todos no ecossistema tenham que rever as jornadas de compra, para se tornar mais competitivos e também mais seguros.

>>Leitura recomendada: Iniciador de Transação de Pagamento no Open Finance

Impactos do Open Finance nos meios de pagamento do futuro  

O Open Finance reúne em um mesmo ecossistema diversas iniciativas de digitalização de serviços financeiros e um amplo escopo de dados, como os relacionados a informações cadastrais, transacionais de contas, cartões de crédito, empréstimos, investimentos, câmbio, seguros e previdência.

De acordo com a pesquisa da Deloitte, já mencionada acima, as 3 principais formas de geração de valor por meio do Open Finance identificadas são:

  • 75% – maior oferta de produtos financeiros;
  • 69% – conhecer melhor o contexto dos clientes;
  • 44% – oferecer o serviço de iniciação de transação de pagamentos.

Para que o Open Finance se desenvolva, as instituições precisarão superar os desafios da exploração de dados de maneira eficiente. Essa iniciativa pode entregar uma visão mais ampla e completa do cliente.

Além disso, o Open Finance possibilita a iniciação de serviços de forma mais ágil e com menos fricção, com jornadas de contratação de diversos serviços, como por exemplo, pagamentos via Pix.

O planejamento do Banco Central inclui uma série de iniciativas para o desenvolvimento do Pix via Open Finance em diferentes modalidades, assim como jornadas similares com o iniciador de pagamentos, que cada vez mais se aproximam do que as pesquisas apontam para o futuro dos meios de pagamento:

Pix automático: permite que os usuários agendem débitos de serviços prestados por pessoas jurídicas. Seja o pagamento de contas de concessionárias de energia ou serviços de streaming, essa ferramenta oferece a conveniência de agendar pagamentos automáticos de forma flexível, mensal, semanal ou diária.

Pagamento recorrente variável: cobrança recorrente de valor variável direto na conta corrente do usuário, podendo ser de acordo com o consumo, para recebedores PF.

Transferências inteligentes: gestão inteligente de saldos, que vai permitir transferências entre contas de mesma titularidade, com ou sem prazo definido, proporcionando uma solução eficaz para a concentração de fundos e a redução de custos associados.

Agendamento recorrente: essa funcionalidade tem como principal objetivo permitir que usuários agendem múltiplos pagamentos para um recebedor específico, mantendo uma relação direta e eficiente de “1:1” entre pagador e recebedor.

Como não ficar para trás?

De acordo com a pesquisa da Accenture, existem receitas sob risco para os bancos que demorarem em investir em opções de pagamento para o futuro. A análise sugere que a disrupção em pagamentos significa que 4,6% (US$ 89 bilhões) da receita dos bancos, decorrentes de pagamentos entre 2022 e 2025, esteja em risco.

Países como Brasil, China e Índia, têm um potencial maior de risco de perda dessas receitas tradicionais, justamente porque os estudos mostram que existe uma alta adoção de novos meios de pagamento.

Até mesmo porque, os consumidores já estão demonstrando hoje uma série de frustrações com os meios de pagamento atuais, o que abre espaço no mercado para essa perda de receita para meios e soluções que diminuam esses desapontamentos.

Esse é um momento muito interessante para os players explorarem seus pontos fortes, sejam eles a confiança, experiência ou inovação, para aumentar sua relevância junto aos consumidores, defender sua participação e impulsionar crescimento com meios de pagamento de próxima geração que tornem seguro e fácil pagar de qualquer lugar, a qualquer hora, de qualquer forma.

Para colocar as suas estratégias em prática, você pode contar com a Opus Software, um parceiro de tecnologia experiente, te auxiliando a se preparar para o futuro, estando na vanguarda da revolução dos meios de pagamento. Vamos conversar?

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