Observabilidade e Monitoramento: prevenção de desastres que impactam os negócios

Observabilidade e monitoramento são um conjunto de recursos que melhoram a entrega de software e o desempenho organizacional. A primeira aparição desses conceitos foi na investigação DORA State of DevOps, realizada pela Google Cloud, sobre práticas e recursos que impulsionam alto desempenho e contribuem para a entrega contínua.

Esses recursos são imprescindíveis para monitorar sistemas em nuvem e garantir que problemas que impactam o negócio e a experiência do cliente possam ser solucionados antecipadamente.

Os recursos de observabilidade e monitoramento podem ser utilizados para aperfeiçoar uma grande amplitude de áreas, desde monitorar pipeline de dados e sistemas de Machine Learning, garantindo a integridade e qualidade dos sistemas de dados, até aprimorar os resultados em Cloud e DevSecOps. Com isso, possíveis desastres, instabilidades e indisponibilidades de sistemas podem ser prevenidos.

Essa abrangência pode ser observada quando falamos em plano de monitoramento. Decisões tecnológicas, como a implementação desses recursos, impactam os negócios, já que a demora para identificar ineficiências afeta diretamente nos resultados e na escalabilidade e isso pode ser resolvido com a observabilidade e monitoramento.

Continue a leitura para conhecer melhor o monitoramento e a observabilidade e aumentar sua confiança para escolher as ferramentas certas que darão suporte à estratégia de TI da sua organização.


Diferenças entre monitoramento e observabilidade

Quando falamos de estratégias de DevOps, normalmente observabilidade e monitoramento são mencionados de forma complementar e intercambiável, já que ambos desempenham um papel fundamental para manter sistemas e dados em segurança, porém há diferenças importantes entre eles.

É muito comum a imagem de um iceberg exemplificar visualmente esses dois conceitos: o topo do iceberg, aquela parte que vemos com facilidade, seria o monitoramento, uma ferramenta ou solução técnica que permite às equipes monitorar e entender o estado dos sistemas, baseado na coleta de conjuntos predefinidos de métricas ou dados. Porém esse mesmo iceberg possui uma grande base, que fica abaixo do nível da água, que seria a observabilidade, uma ferramenta ou uma solução técnica que permite às equipes aprimorar ativamente o sistema.

Na imagem a seguir comparamos as principais diferenças para que você consiga entender ambos os conceitos e planejar sua estratégia de forma eficiente:

observabilidade e monitoramento

Ou seja, a observabilidade não seria possível sem o monitoramento e os resultados extraídos do monitoramento necessitam da observabilidade para gerar proveitos. O monitoramento informa quando algo está errado, enquanto a observabilidade pode informar o que está acontecendo, por que está acontecendo e como corrigir, por isso são colocados como complementares.

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Os pilares da observabilidade

À medida que as organizações crescem e as tecnologias se atualizam, é importante que as equipes de DevSecOps mantenham um controle constante da integridade de seus sistemas e a observabilidade pode auxiliar.

As ferramentas de observabilidade monitoram a integridade e o status de seus sistemas usando logs, métricas e traços, conhecidos como os três pilares da observabilidade, de acordo com Daniel Spoonhower, diretor de tecnologia da LightStep.

  1. Métricas: representação numérica de dados medidos ao longo do tempo;
  2. Logs: registro de um evento que ocorreu em uma determinada data e hora; também fornecem um contexto valioso sobre quando um evento específico ocorreu;
  3. Traços: como as operações se movem em um sistema.

Segundo a Monte Carlo, há cinco pilares essenciais da observabilidade, que complementam os três citados por Spoonhower:

  1. Frescor: procura entender o quão atualizadas estão suas tabelas de dados, afinal, dados obsoletos são basicamente sinônimo de desperdício de tempo e dinheiro;
  2. Qualidade: fornece informações sobre as tabelas, se elas são ou não ser confiáveis ​​com base no que pode ser esperado de seus dados.
  3. Volume: refere-se à completude de suas tabelas de dados e oferece informações sobre a integridade de suas fontes de dados;
  4. Esquema: monitorar quem e quando alterações são realizadas nas tabelas é fundamental para entender a integridade do seu ecossistema de dados;
  5. Linhagem: a linhagem de dados fornece a resposta informando quais equipes estão gerando os dados e quem os está acessando.

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Benefícios da observabilidade e monitoramento

Implementar recursos e ferramentas de observabilidade e monitoramento na sua organização pode trazer diversos benefícios, levando em conta os objetivos e as métricas da empresa. Alguns deles são:

  • Saber o que está acontecendo em todos os lugares do sistema e detectar os problemas rapidamente, a fim de investigá-los e corrigi-los o mais rápido possível;

  • Acelerar a colaboração com automação de tarefas pelas equipes comerciais e de TI, além de usar os insights da observabilidade para adotar uma abordagem personalizada para o usuário. Parcerias com outsourcing de tecnologia, como a Opus Software, podem auxiliar no processo de atualização de tecnologias e estratégias para melhoria de experiências para o usuário final.

  • Usar a observabilidade para compreender e prever suas necessidades futuras de capacidade pode resultar em economia de custos.

  • Elevar as experiências do cliente e os resultados dos negócios ao melhorar a disponibilidade da aplicação, da infraestrutura e da rede.

  • A observabilidade de dados permite e melhora a qualidade dos dados, muitas vezes expressa nas seis dimensões de: precisão, integridade, consistência, oportunidade, validade e singularidade.

Quando implementar observabilidade e monitoramento?

Uma das principais metas da Tecnologia da Informação é garantir que os usuários finais possam consumir o conteúdo de forma facilitada e que suas necessidades sejam atendidas. Por isso, é necessário que o sistema que você tenha em mãos seja observável, ou seja, que seja possível identificar a causa raiz de um problema com base nos dados que ele produz.

O termo “sistema observável” vem da teoria de controle, um conceito de engenharia que se refere à capacidade de avaliar problemas internos de fora. Por exemplo, os sistemas de diagnóstico de automóveis oferecem capacidade de observação para os mecânicos, permitindo que eles entendam por que seu carro não dá partida sem precisar desmontá-lo. Um sistema observável é aquele em que as equipes de DevOps podem ver todo o ambiente de TI, permitindo que detectem problemas proativamente e os resolvam mais rapidamente.

Para engenheiros e desenvolvedores de dados, a observabilidade dos dados é importante porque o tempo de inatividade dos dados significa desperdício de tempo e recursos.

Uma pesquisa do setor de TI, realizada pela Monte Carlo, revelou que a média de inatividade dos dados é de cerca de 4 a 9 horas. Com o aumento do uso de desenvolvimento ágil, DevOps, microsserviços, várias linguagens de programação, serverless e outras tecnologias nativas da nuvem, as equipes precisam de uma maneira mais rápida de monitorar e avaliar ambientes altamente complexos e é nesse momento que a implementação de observabilidade e monitoramento pode ser benéfica para sua organização.

Ainda de acordo com a Google Cloud, as soluções de monitoramento e observabilidade foram criadas para:

  • fornecer indicadores líderes de interrupção ou degradação do serviço;
  • detectar interrupções, degradação do serviço, bugs e atividades não autorizadas;
  • ajudar a depurar interrupções, degradação do serviço, bugs e atividades não autorizadas;
  • identificar tendências de longo prazo para fins de planejamento de capacidade e negócios;
  • expor efeitos colaterais inesperados de alterações ou adição de recursos.

Os sistemas de monitoramento não podem ser limitados a um único indivíduo ou equipe dentro de uma organização, é essencial capacitar todos os desenvolvedores a serem proficientes no monitoramento e desenvolver uma cultura de tomada de decisão baseada em dados.

Plano de monitoramento: como desenvolver um?

Planos de monitoramento são criados para descrever metas, objetivos, requisitos e outros detalhes importantes em relação a desenvolver e operar uma ou mais soluções de monitoramento. Um plano de monitoramento abrangente precisa levar em consideração:

  • Perspectiva de negócios: suas necessidades e também as necessidades dos usuários. Esta seção do plano contém: stakeholders e consumidores; fluxos e processos de valor de negócios; perspectiva e utilitário de usuário final; requisitos de medição e relatório; riscos identificados e estruturas de controle de conformidade; requisitos de controle e acesso e risco para os negócios. 

  • Perspectiva de serviço: documentando e compartilhando os requisitos e riscos do serviço. Ela contém: stakeholders e consumidores; funções e responsabilidades; definição do serviço; requisitos de controle e acesso; considerações de arquitetura; contratos de apoio de fornecedores e parceiros; contratos de serviço; identificar a cobertura da garantia do serviço; requisitos de medição e relatório e riscos.

  • Perspectiva da tecnologia: esta seção do plano representa a solução de monitoramento usando as informações das perspectivas de negócios e serviço. Ela contém: histórias e cenários do usuário; destinos técnicos; mapeamento de dependência do componente; tipos de arquitetura; observacional; responsivo; medida; ajuste e otimização.

  • Considerações-chave: nessa seção do plano deve-se ponderar os estágios de produção; a estratégia de IT, a fim de que os objetivos de monitoramento se remontem à missão ou aos negócios; destinos e solução de monitoramento.

  • Considerações Lean e Agile: essa seção deve conter o produto mínimo viável; ponderações de usos dos mecanismos que você já tem; proteções; concentração na visibilidade total antes do alerta; arquitetura de log; movimentação de dados e monitoramento de atividades.

De acordo com a Microsoft, no plano você deve descrever e analisar os ativos ou serviços de destino em consideração. Se necessário, mapear todos os componentes a serem monitorados, incluindo as dependências de serviço. Identifique as lacunas de cobertura e determine quem possui cada parte do serviço. Para a solução de monitoramento, identifique os consumidores, stakeholders, fornecedores, parceiros, acesso e instrumentação e monitore aspectos, foco, resposta, relatórios e painéis.

Como escolher a ferramenta certa para observabilidade e monitoramento?

As melhores ferramentas para observabilidade fornecem visibilidade de ponta a ponta, monitoramento e dados de telemetria necessários em uma infraestrutura de TI dispersa – para muitas organizações, isso inclui aplicativos nativos de nuvem e ambientes de nuvem.

Ao procurar a ferramenta de observabilidade certa para sua organização, sempre comece confirmando se ela oferece logs, métricas e rastreamentos. A partir daí, procure armazenamento que ofereça longos períodos de retenção e recuperação rápida para auditoria. Por fim, certifique-se de que sua ferramenta seja fácil de usar, incluindo recursos visuais de suporte, para que sua equipe possa revisar e solucionar problemas rapidamente.

>> Leitura recomendada: Cloud Computing: A virtualização da área de Tecnologia da Informação

Armadilhas comuns na implementação do monitoramento e da observabilidade

Ao desenvolver um sistema de monitoramento e observabilidade para sua organização, geralmente não há uma solução simples pronta para uso. Todo e qualquer sistema de monitoramento exigirá uma compreensão de cada componente que você quer medir, afinal, é necessário predeterminar o que será monitorado. Algumas recomendações para que a implementação seja um sucesso são:

  • É importante que mais de uma pessoa e mais de uma equipe tenha conhecimento e seja responsável pelo sistema de monitoramento, assim, além de evitar um único ponto de falha, será possível compreender melhor o sistema como um todo na organização;

  • Foque no alerta com base em sintaxe, ou seja, um aviso para quando um sintoma está visível ou previsto. Se você criar alertas baseados em causas, enumerando todas as condições de erros possíveis, irá gerar mais gastos de tempo e dinheiro muitas vezes desnecessários;

  • A capacidade de observação para ambientes baseados em nuvem apresenta desafios especiais, que variam dependendo exatamente de qual tipo de arquitetura de nuvem e serviços estão envolvidos. Se você usar várias nuvens, precisará coletar e analisar dados de todos os seus provedores e reconciliar as diferenças na formatação e integridade dos dados para observar o ambiente.

Embora a observabilidade e o monitoramento sejam frequentemente usados ​​para rastrear a integridade e o desempenho, eles também contribuem para manter seus sistemas de TI seguros, mas, mesmo com as melhores ferramentas de observabilidade e monitoramento, ainda é necessário o gerenciamento de acesso para manter sua infraestrutura de TI segura. Você pode contar com a Opus para manter a disponibilidade dos sistemas de nuvem e dados de maneira confiável.

Venha conversar conosco para montar um plano de ação visando observabilidade e monitoramento na sua organização.

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