Entenda como funciona o Encaminhamento de Proposta de Crédito (EPOC) no Open Banking

De acordo com dados divulgados pela Serasa Experian, a capacidade de pagamento mensal da população cresce 49% com a solução do Open Banking de Encaminhamento de Proposta de Crédito (EPOC). A população, a economia brasileira e o mercado de crédito, se beneficiarão com o início do fornecimento desse serviço no Open Finance, por ser uma balança proporcional: quanto maior a concessão de crédito, maior o incentivo ao consumo.

Nas iniciativas do Open Banking e Open Finance, os clientes poderão autorizar o compartilhamento de seus dados financeiros com as instituições do ecossistema, para receber melhores ofertas, produtos e serviços – o que também trará grandes vantagens competitivas às instituições, já que elas terão uma ampla gama de informações para obter insights por meio do big data.

A Fase 1 do Open Banking Brasil teve início no primeiro trimestre de 2021, uma etapa mais embrionária a respeito do compartilhamento de dados das instituições financeiras. A Fase 3 começou em Outubro de 2021 e continua a trazer novidades para o consumidor, entre elas, o Encaminhamento de Proposta de Crédito, que foi regulamentado em Março de 2022, pela resolução BCB Nº 206.

A BCB Nº 206, que regula o serviço de Encaminhamento de Proposta de Crédito no Open Banking Brasil, permitiu que correspondentes digitais atuem em marketplaces de crédito. Ou seja, um correspondente vai funcionar como um corretor de propostas de crédito e, em uma mesma plataforma ou app, o cliente poderá visualizar todas elas, de forma personalizada para ele. O processo como um todo será mais rápido que o tradicional e com uma experiência mais satisfatória.

Segundo dados do IBGE divulgados pelo G1, mais de 3,4 milhões de brasileiros estão desempregados há mais de 2 anos. Além deles, estudantes, trabalhadores informais e donas de casa não têm meios de comprovar renda, dificultando as ofertas de crédito. Por isso, o fluxo do Encaminhamento de Proposta de Crédito no Open Banking também será um meio de inclusão social, já que todas as oportunidades de crédito sem comprovação de renda também estarão disponíveis para visualização, de maneira personalizada.

Mas como vai funcionar essa nova funcionalidade do Open Banking e quando ela começará? Continue a leitura e descubra:

 

O que é um marketplace de crédito?

A nova forma de Encaminhamento de Proposta de Operação de Crédito (EPOC), em modelo marketplace, é uma modalidade em que o consumidor terá acesso a diferentes ofertas de crédito em uma só plataforma, como, por exemplo, em uma loja online, só que ao invés de roupas, estarão lado a lado as diversas propostas de crédito personalizadas para este cliente.

O encaminhamento das propostas para a plataforma será realizado via correspondente digital, uma empresa ou fintech que é contratada por bancos ou instituições financeiras para prestar serviços para clientes finais. Ele vai cumprir a mesma função do correspondente bancário no mundo físico, como lotéricas e lojas físicas, mas digitalmente esse mesmo correspondente vai lidar com diversas instituições.

Será como uma loja online dentro do Open Banking, com diversas opções de proposta de crédito, de fácil visualização. Em vez do cliente transitar entre as empresas para descobrir qual a proposta de crédito que funcionará melhor para ele; todas elas já estarão em um único lugar. O correspondente digital deve selecionar todas as opções, para que o consumidor faça a sua escolha com base nas ofertas mostradas, gerando uma maior transparência nas operações de crédito. 

O EPOC também vai poder funcionar no checkout de uma loja varejista. Por exemplo, o consumidor comprou uma SMART TV e quer parcelar em 10 vezes. No momento do pagamento aparecerão as opções já habituais, como cartão de crédito, boleto, PIX e uma nova opção: parcelamento EPOC.

 

Como funciona o novo fluxo de Encaminhamento de Proposta de Crédito?

Assim como nos outros serviços já presentes no sistema do Open Banking, por meio de APIs haverá um compartilhamento de dados do consumidor, previamente autorizado. Por estar  em uma fase embrionária, os dados a serem compartilhados serão nome, CPF e valor do empréstimo, por exemplo. Futuramente, outros dados como salário, extratos e dívidas, também serão incluídos. Além disso, o cliente poderá escolher com quais instituições quer ter seus dados compartilhados. Caso não tenha uma boa relação com alguma instituição financeira, ele pode desmarcar tal empresa do compartilhamento de dados.

A figura do correspondente digital é o ponto chave do EPOC. Ele que terá acesso aos dados que o cliente preenche na plataforma para organizar de maneira padronizada, e enviar às instituições financeiras, que por sua vez, vão analisar o envio de propostas de crédito. O correspondente digital vai receber as propostas e organizar de maneira padronizada na plataforma EPOC – site ou aplicativo – e o consumidor fará sua escolha.

O correspondente digital não poderá usar esses dados de forma indevida, já que eles estão protegidos sob contrato com a instituição financeira. Quando o cliente consente acesso às informações, está autorizando às instituições financeiras e não à empresa correspondente digital, que será apenas um mediador do processo fiscalizado pelo Banco Central, garantindo maior segurança.

>> Leitura recomendada: API Open Banking: como funciona e dicas de segurança

 

Por que ingressar na Fase 3 do Open Banking?

Um dos maiores problemas enfrentados pelas empresas de crédito é a fraude. Segundo o El Economista, na América Latina, o Brasil é o país com maior incidência de fraudes digitais. A consequência de tais fraudes é a perda do lucro em cada transação, por conta das despesas investigativas da fraude. A entrada das empresas de crédito no Open Banking será um modo de prevenir fraudes, já que o sistema digital tem a capacidade de validar os dados informados pelo consumidor.

Outro dos grandes benefícios de entrar na fase 3 do Open Banking no marketplace de Encaminhamento de Proposta de Crédito, é aproveitar todo o tráfego rejeitado pelo modelo tradicional. Há duas tendências em vista: empresas que modificam seu processo atual, se adaptando ao Open Banking e fornecendo uma quantidade maior de créditos; e credores que estabelecerão o Open Banking como um sistema secundário, continuando com o modelo tradicional como principal. 

Essa é uma grande oportunidade para as instituições estarem um passo à frente da concorrência e, ao mesmo tempo, para os consumidores receberem propostas mais justas e transparentes. A data de lançamento do EPOC para o público ainda é incerta, já que o sistema ainda está em fase de testes, mas as empresas já podem se inscrever para participar do ecossistema.

>> Leitura recomendada: Open banking e LGPD: como proteger as informações dos seus clientes

 

Qual o potencial do mercado brasileiro de Encaminhamento de Proposta de Crédito no Open Finance?

O nível de endividamento das famílias brasileiras em 2021 foi o maior em 11 anos, uma média de 70,9% estavam endividadas, segundo pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A maioria dessas famílias buscam pelo crédito e a entrada do Encaminhamento de Proposta de Crédito (EPOC) no Open Banking vem facilitar e tornar mais ágil a aquisição desse benefício.

O Open Finance é uma solução que integrará o Open Banking, o Open Insurance e o Open Investment, em apenas um ecossistema. Por meio de APIs (Application Programming Interface) que atuarão como pontes, a comunicação e a troca de informações entre as plataformas será facilitada, auxiliando no compartilhamento de dados dos clientes entre essas três soluções.

Segundo o Banco Central, os princípios da operação de crédito para o Open Finance, prevê propostas de crédito mais eficazes e personalizadas; rastreamento do fluxo de pedidos e recebimentos das propostas; facilidade na comparação de propostas; e transparência na contratação de crédito. 

Tal questão sobre transparência é importante para o mercado de crédito brasileiro, já que existe muita diferença na taxa de juros entre os serviços oferecidos atualmente. De acordo com o Ipea, em fevereiro de 2022, os empréstimos consignados de trabalhadores do setor público tiveram taxas de 20,4% ao ano. Já as taxas de crédito consignado do setor privado ficaram em 36,2% ao ano e, no empréstimo pessoal não consignado, as taxas chegaram a 83,4% ao ano. Inseridos no Open Finance, essas taxas de juros serão colocadas lado a lado e o cliente terá a oportunidade de seguir o melhor caminho para ele.

>>Leitura recomendada: Pix via Open Finance

 

O que eu preciso para ingressar no Open Banking?

O ecossistema do Open Banking e, futuramente, do Open Finance, é regulamentado pelas diretrizes do Banco Central e da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), e para ingressar nesse sistema é fundamental se adequar a elas e às boas práticas de construção de APIs. Dois elementos devem ser considerados para as regras de segurança: segurança de dados e risco operacional e sistêmico

A segurança de dados, seguindo a LGPD, visa garantir mecanismos para proteger as informações dos clientes, que estarão em proteção sob contrato com as instituições financeiras. Já os riscos operacionais e sistêmicos devem ser previamente ponderados, garantindo uma infraestrutura de segurança de TI, APIs e normas técnicas.

O Opus Open Banking é uma solução completa que auxilia as instituições financeiras que desejam entrar no Open Banking Brasil seja como empresa de crédito ou como correspondente digital adequando-as de acordo com as diretrizes do Banco Central e da LGPD.

Agora que você já sabe como é vantajoso fazer parte no novo fluxo de Encaminhamento de Proposta de Crédito do Open Banking, conheça as soluções Opus Open Banking e ingresse nesse ecossistema com sucesso!

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