Inteligência Artificial para os negócios: como adotar

No cenário atual, a Inteligência Artificial para negócios tornou-se um componente fundamental para as organizações que buscam não apenas sobreviver, mas prosperar em mercados altamente competitivos.

Sua capacidade de impulsionar a automação, fornecer análises preditivas e melhorar a tomada de decisões baseada em dados está transformando radicalmente setores inteiros.

Para as lideranças e os tomadores de decisão das organizações, o desafio não é mais saber se devem implementar IA, mas como podem integrá-la de forma eficaz às estratégias

“Até 2026, 75% dos CDAOs (Chief Data and Analytics Officers) que não conseguirem influenciar toda a organização e impactar os negócios de forma mensurável, serão provavelmente relegados de volta às funções tecnológicas tradicionais”, alerta Nate Novosel, VP do Gartner.

Ao enfrentarem a pressão para digitalizar processos, inovar produtos e otimizar operações, será necessário que se reinventem rapidamente como impulsionadores da inovação empresarial e reformulem totalmente suas estratégias de dados e análise.

A falta de ação pode resultar em perda de competitividade, enquanto uma estratégia clara e bem executada pode levar a ganhos substanciais.

De acordo com pesquisa da Thomson Reuters, o uso de IA no trabalho pode gerar uma economia de 4 horas semanais. Se isso se confirmar, representa um acúmulo de cerca de 200 horas extras por ano. Esse número pode subir para 8 horas semanais em três anos e 12 horas em cinco anos — o equivalente a 400 e 600 horas ano respectivamente.

Neste artigo, vamos explorar dicas práticas para que os líderes promovam uma jornada de transformação digital usando a IA garantindo que suas organizações estejam bem-posicionadas para aproveitar ao máximo essa poderosa ferramenta tecnológica. Continue a leitura:


Como implementar a Inteligência Artificial para negócios?

“As pessoas estão focadas no que a IA pode fazer. Mas deveriam estar focadas no que realmente poderão fazer com a IA”, provocou o futurista Ian Beacraft, fundador da Signal and Cipher, em um dos palcos do Web Summit Rio 2024.

A eficácia dos CDAOs ou dos C-levels responsáveis por inovação e transformação digital nas empresas dependerá cada vez mais de sua habilidade em apresentar casos convincentes para financiamento e estabelecer métricas orientadas para resultados de negócios.

Uma pesquisa feita pela Mckinsey revelou que 63% das companhias que adotaram a inteligência artificial para seus negócios obtiveram aumento em suas receitas; e 44% delas reduziram custos.

Ou seja, uma adoção eficaz da inteligência artificial começa com uma estratégia bem definida. A clareza no propósito é essencial para evitar investimentos dispersos ou subutilização de recursos.

Os passos cruciais para desenvolver uma estratégia clara de IA são:

Estabeleça objetivos alinhados ao negócio:

  • Identifique áreas específicas do negócio que se beneficiariam da IA, quais problemas reais a IA pode resolver e como esses problemas se relacionam com os objetivos gerais da empresa.

  • Defina objetivos mensuráveis para a implementação da IA, como redução de custos, melhoria da experiência do cliente ou aumento da eficiência operacional.

  • Priorize projetos com o maior potencial de impacto.

Estabeleça métricas de sucesso:

  • Crie métricas que permitam acompanhar o progresso de cada projeto de IA. Estas métricas devem ser claras e relacionadas aos objetivos de negócios, como aumento de receita, redução de custos ou melhoria na satisfação do cliente.

Garanta comprometimento organizacional:

  • Engaje os colaboradores, comunicando como a IA pode melhorar suas atividades diárias e contribuir para o sucesso organizacional.

Qual o papel dos CDAOs na aplicação da Inteligência Artificial para negócios?

Muitos já despertaram para esta nova realidade, segundo pesquisa recente da Gartner. Das 479 lideranças participantes, 61% já estão ajustando suas operações:

  • 38% preveem revisar sua arquitetura de dados e análises nos próximos 12 a 18 meses;
  • 29% devem renovar o gerenciamento de ativos de dados e adotar padrões de governança aprimorados;
  • 24% estão revisando suas métricas de dados e Analytics para serem orientadas para os negócios.

Esses dados são essenciais, pois a inteligência artificial está no foco de 58% dos CDAOs, uma porcentagem que tem crescido ao longo dos anos. Eles fornecem uma base sólida para traçar uma trajetória promissora com IA, já que a partir dessas informações é possível desenvolver projetos de qualidade, analisar resultados e ganhar confiança, evitando a alocação incorreta de recursos e investimentos inadequados.

Com essa agenda se tornando o foco dos CDAOs, um dos maiores desafios é fazer com que os pares C-level entendam seu papel e o de sua equipe. Como fazer isso?

  • Especializando-se e buscando alinhamento estratégico com os negócios;
  • Desenvolvendo uma proposta de valor forte e diferenciada;
  • Apoiando a inovação orientada por dados e acelerando a agilidade organizacional.

>>Leitura recomendada: Como adotar a IA generativa nas empresas

Infraestrutura de dados: impactos na Inteligência Artificial para negócios

Como já mencionamos, para uma implementação eficaz de IA, é imprescindível contar com uma infraestrutura de dados sólida. Sem dados de qualidade e uma governança robusta, os projetos de IA podem não alcançar os resultados esperados. Para isso, é necessário focar em quatro pontos principais para garantir que a base esteja pronta para dar suporte a esses projetos.

Primeiro, é crucial avaliar a qualidade dos dados existentes, identificando fontes relevantes e assegurando sua consistência, completude e utilidade. Isso envolve eliminar dados duplicados ou desatualizados e implementar um processo contínuo de limpeza.

Em seguida, é preciso implementar uma governança de dados robusta, estabelecendo políticas que garantam precisão, consistência e segurança. Isso também deve incluir a conformidade com regulamentações de privacidade, como a LGPD ou GDPR.

O terceiro aspecto é investir em tecnologias que permitam coletar, processar e integrar dados em grande escala, seja em ambientes locais ou em cloud, com plataformas que suportem a integração de várias fontes.

Por último, é essencial criar uma cultura orientada por dados. Para isso, envolva os colaboradores em treinamentos para que compreendam a importância da qualidade e segurança de dados, incentivando o uso de insights baseados em dados na tomada de decisões em todos os departamentos.

>> Leitura recomendada: Casos de uso do Chat GPT no mundo organizacional

Como as equipes podem se preparar para adotar IA

Além de uma infraestrutura de dados robusta, uma estratégia eficaz de inteligência artificial para negócios também depende de uma força de trabalho capacitada e adaptável. A implementação de IA deve transformar operações e responsabilidades dos colaboradores, exigindo um plano cuidadoso de adaptação.

Primeiramente, desenvolver programas de treinamento é essencial. Para isso, você pode contar com parceiros de tecnologia capacitados, que podem auxiliar com as demandas de estruturação e aplicação de IA no seu time.

Além disso, incentivar uma cultura de inovação e experimentação é vital para que os funcionários sejam encorajados a tentar novas abordagens baseadas em IA sem temer falhas, promovendo a colaboração entre equipes e departamentos para gerar ideias inovadoras.

Inclusive, uma pesquisa recente da BCG revelou que os consumidores estão mais informados sobre Inteligência Artificial (IA) do que muitos pensam.

De modo geral, mais de 75% dos entrevistados já usaram o ChatGPT e estão empolgados com o uso da IA em tarefas de trabalho. Em mercados como Índia, Brasil e Emirados Árabes Unidos, o uso de IA já excede os níveis dos mercados maduros.

Para as empresas em meio a essa transformação tecnológica, é fundamental compreender que o entusiasmo dos consumidores pela IA se relaciona diretamente com seu nível de informação. A adoção da GenAI oferece não apenas eficiência operacional, mas também personalização e conveniência, fatores altamente valorizados pelos usuários.

Ainda de acordo com uma pesquisa da Intapp, os profissionais não só estão prontos, mas ansiosos para integrar mais IA em suas rotinas de trabalho. Por quê? Eles já percebem os benefícios da IA em suas vidas pessoais e agora esperam que as organizações façam o mesmo, oferecendo mais ferramentas e treinamentos para maximizar essas vantagens.

Além do potencial de automação, que poderia economizar em média 25 horas de trabalho manual por semana (segundo a Intapp), a implementação da IA promete aumentar a colaboração interna e melhorar o atendimento ao cliente por meio da centralização das informações. A tecnologia não apenas simplifica processos, mas também empodera os profissionais, tornando-os mais capazes de alcançar os objetivos da organização, aumentando a competitividade no mercado e elevando a satisfação em suas carreiras.

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