Open Banking Week 2021: confira os destaques e principais painéis do evento!

O Open Banking Week 2021, evento que aconteceu entre os dias 07 e 11 de junho, promoveu uma série de debates e discussões sobre o Open Banking e o futuro do mercado financeiro. A OPUS, claro, não ficou de fora desse evento e preparou esse conteúdo especial, compilando os destaques de cada dia, para você ficar por dentro de todas as novidades e perspectivas do Open Banking no Brasil e no mundo. Confira:

Open Banking Week  – Dia 1

open banking week dia 1

As experiências da Austrália e Nova Zelândia – Soluções e Cases

Jamie K Leach, Chapter Lead ANZ (FDATA), compartilhou nesse painel a trajetória do Open Banking e os Direitos do Consumidor na Austrália. Fundamentado no Open Data, o Open Banking australiano será aplicado à toda a economia, começando pelo setor bancário, seguido pelos provedores de energia, companhias de telecomunicação e, por fim, seguros e aposentadorias (inicialmente, será permitido apenas a leitura dos dados). Jamie apresentou as particularidades da regulamentação australiana quanto à definição de dados, princípios, participantes e obrigatoriedades dos players em cada uma das 3 fases de implementação, que começou em julho de 2020 e tem previsão para finalização em fevereiro de 2022.

Evolução Regulatória: Perspectivas do Reino Unido & Brasil

Imran Gulamhuseinwala, Impementantion Trustee for Open Banking (OBIE), tem acompanhado a implementação do Open Banking em diversos países e está otimista com o que está vendo. Ele percebe o interesse de diferentes players (não obrigatórios), em fazer parte dessa transformação ainda em seus estágios iniciais, de forma voluntária e o número crescente de usuários que já estão se beneficiando desse sistema, mesmo com a implementação em andamento. Essa percepção foi compartilhada por Ingrid Barth, Founder (Linker), ao analisar o contexto brasileiro.

Gulamhuseinwala falou ainda sobre o incentivo à criação de Premium APIs, para que bancos tenham a oportunidade de monetizar os dados que não estiverem no escopo das APIs regulatórias, aproveitando toda a infraestrutura já construída. Ainda falando sobre as oportunidades, Ingrid acredita que o Open Banking possibilitará aos bancos a construção de uma relação melhor com seus usuários e incentivará a educação financeira, com instruções sobre o uso de dados, além da oferta de melhores serviços.

Open Banking nas Américas: Uma revolução API

Neste painel foram discutidos os fundamentos de OPEN API e como ele pode beneficiar os serviços bancários, desde que o mindset de negócios também acompanhe a lógica “open”. Eyal Sivan, Head of Open Banking na Axway, apresentou sua visão sobre a resistência de alguns players e consumidores ao Open Banking nesse momento de transformação, destacando a importância de uma cultura customer centric e a oportunidade que os bancos tradicionais terão para reconquistar a confiança de seus consumidores, ao entregar valor não mais por meio de transações financeiras, mas sim de seus dados. Para Eyal, os bancos que construírem um ambiente mais acessível e transparente terão a chave para alcançar o pioneirismo nesse cenário.

A visão do regulador sobre o processo de implementação do Open Banking no Brasil

Nesse painel, representantes do Banco Central discutiram os principais conceitos relacionados ao open banking: consentimento, segurança, compartilhamento de dados e autorregulação. Destaque para a visão de futuro da evolução do Open Banking com o open insurance, open investment e open finance, assim como para a necessidade de comunicar com clareza como o Open Banking funciona e os principais benefícios para os clientes. A expectativa é que em 5 anos a gente pense “como vivíamos antes do open banking?”.

Iniciadores de transação de pagamento

A figura do ITP, ou Iniciador de Transação de Pagamento, que deve ganhar destaque na 3ª fase de implementação do Open Banking Brasil, foi o tema da discussão deste painel, que destacou, sobretudo, a necessidade de melhorar a experiência de pagamento via mobile, além das questões regulamentárias dessas instituições pelo Banco Central, com foco em uma abordagem de risco. A ideia é possibilitar que clientes com contas em vários bancos possam realizar movimentações e transações em um único player, criando uma experiência fluída, transparente e atraente para aumentar a adesão da população ao ecossistema proporcionado pelo Open Banking.

Open Insurance na área de Seguros

O Open Insurance, que se iniciará junto com a 4ª fase de implementação do Open Banking Brasil, é uma iniciativa que está em fase de estruturação, acompanhando de perto as diretrizes do Banco Central para o Open Banking. Nesse painel, a discussão girou em torno dos maiores pontos de atenção no momento para o Open Insurance: a definição das diretrizes que vão garantir que o consumidor tenha uma experiência segura, padronizada, moderna e com rápido amadurecimento. Além disso, existem altas expectativas para aumentar a competitividade do setor e realizar parcerias com empresas do segmento de tecnologia. O Open Insurance tem tudo para mudar o relacionamento do consumidor final com as empresas do mercado segurador.

Open Banking Week – Dia 2

open banking week 2021 dia 2

Open Finance: um olhar para o futuro 

Nesse painel apresentado pela OPUS Software, que contou com a presença de Marcelo Feltrin, Head of Business Development da OPUS Software, Ricardo Humberto Rocha, consultor e professor do Insper e Marcos Zara, superintendente de digital experience do Banco Safra o principal tema discutido foi o futuro do Open Banking, rumo ao Open Finance. Destaque para a atuação dos órgãos reguladores no sentido de modernizar o mercado financeiro, com foco no aprimoramento da experiência do cliente. Os convidados também chamaram atenção para a necessidade de ampliar a educação financeira no país, além dos desafios culturais e de hábito dos brasileiros, para construir um melhor relacionamento da população com as instituições

Open Banking vs. Realidade na Austrália

Um dos temas em destaque nessa fase de implementação do Open Banking é a gestão de consentimento, uma vez que o uso de dados nesse ecossistema só será permitido mediante autorização. Nathan Kinch, entreprenuer and impact investor na Counterfactual Ventures, apresentou estudos que comprovam a relação direta entre a confiança depositada nas empresas e a propensão ao compartilhamento de seus dados. Levantou, ainda, a discussão para a forma com a qual o tema é trabalho atualmente por parte das empresas, nas quais o consentimento não se dá por uma escolha voluntária e deliberada de fato, mas sim generalizada e passivamente. Dessa forma, ele propõe uma mudança dessa perspectiva, para que estas solicitações sejam baseadas em transparência e informação, possibilitando aos usuários tomar decisões de forma mais consciente e baseadas na qualidade do relacionamento que possuem com essas empresa.

Desafios e estratégias para disponibilizar os produtos financeiros por meio do Open Finance

A jornada do cliente foi foco desse painel. Os participantes entendem que os desafios da disponibilização de produtos financeiros em diferentes canais exigirá um grande entendimento das necessidades dos usuários, além de um acompanhamento que garanta que essa experiência esteja sendo positiva, sobretudo por estes serviços estarem sendo oferecidos fora dos canais do banco. Os participantes falaram ainda sobre o surgimento de novas tecnologias nesse ecossistema, apoiando bancos e fintechs no desafio da coleta e tratamento dos dados e os benefícios estratégicos de associações com modelos whitelabel.

Open Banking no México, 3 anos após a Lei Fintech

Angelica Arana, diretora de Governança de Arquitetura (Grupo Financeiro Banorte) apresentou um panorama do Open Banking no México, após 3 anos da Lei Fintech, quando foi apresentado o sandbox regulatório e previsões para o Open Banking no país. Ela falou sobre o pioneirismo do México ao aplicar esses princípios em todo o sistema financeiro, dando um salto para o Open Finance. A previsão é que para o final desse ano seja regulamentada a norma de API para dados transacionais. A diretora comenta que desde então, a regulamentação avançou lentamente e o país tem apenas um padrão de Open Banking obrigatório, o que tem feito com que o mercado adote diferentes combinações de APIs abertas, na expectativa de expandir seus modelos de negócio, buscando por novas fontes de receita.

Na perspectivas dos usuários, Angélica também demonstrou bastante otimismo, reforçando as possibilidades de acesso e inclusão financeira impulsionadas por esse ecossistema.

O impacto e poder de transformação do Open Banking na indústria bancária

O Open Banking não deve ser encarado com um simples marco regulatório, mas sim como uma oportunidade de conquistar novos clientes, realizar parcerias, aumentar a interconectividade e reavaliar estratégias. Nesse painel, ficou claro que o Open Banking vai mudar radicalmente a forma com a qual o mercado financeiro faz negócios. Com o cliente se tornando o protagonista dessa relação, as atenções estão todas voltadas para o papel da comunicação no processo de aculturamento dessas novas práticas, destacando o valor proporcionado por essa inovação. Além disso, existe uma tendência de aumento da relevância da atuação em mercados de nicho com foco total na entrega da melhor experiência para o cliente de forma ágil.

Agenda de Inovação da SUSEP – Open Insurance

A Superintendência de Seguros Privados, SUSEP, está trilhando os mesmos caminhos do Banco Central com o Open Banking, no sentido de tornar o mercado segurador mais acessível, competitivo e colaborativo. Portanto, nesse painel os principais temas discutidos foram: o funcionamento prático do Open Insurance, proteção de dados, segurança e gestão de consentimento, considerando a Lei Geral de Proteção de Dados (LGDP). A ideia é possibilitar a criação de um grande marketplace de seguros, que torne a experiência do consumidor mais ágil, simples e acessível. Além disso, assim como no Open Banking, para o Open Insurance fica valendo o princípio da reciprocidade no quesito compartilhamento e acesso de dados e também existe a possibilidade de existência da sociedade iniciadora de serviços de seguros. Vem coisa boa por aí!

>> Leitura recomendada: Open banking e LGPD: como proteger as informações dos seus clientes

Open Banking Week – Dia 3

open banking week dia 3

 

Reinventando serviços financeiros – Além da inovação Fintech

Paolo Sironi apresenta um cenário global dividido em 3 grandes áreas: tecnologia, regulamentação e modelos de negócio, considerando a América, Europa e Ásia os continentes do nascimento de cada uma delas, respectivamente. Ao fazer uma análise dos últimos 10 anos de inovação em fintechs, Paolo compartilha três contrastes principais: 1 – inovação disruptiva vs. inovação sustentada de alto valor; 2 – assimetria de informações e a tecnologia móvel de atração vs. o setor bancário como uma indústria de push; 3 – desagregação do banco aberto vs. recomposição em plataformas e ecossistemas. Ele destaca, ainda, o papel da informação e da comunicação para permitir que as instituições financeiras exerçam poder de mercado e mostra como o valor do negócio aumenta à medida em que os bancos passam do tradicional para o digital e, em seguida, para o banco contextual e consciente.

Além da API: como os bancos precisam repensar sua estratégia em mercados conectados

A forma como pensamos a tecnologia precisa mudar. Os bancos devem estar preparados para redesenhar sua lógica de pensamento e comportamento ( de digitalizar o passado) e focar em pessoas e valores. Esta é a provocação inicial de Steve Monaghan, General Partner na FinMirai. Para o painelistas, a transformação dos bancos, sobretudo com o Open Banking, se dará pelo entendimento da matemática tecnológica e do capital, considerando risco e tempo. Dessa forma, estar atento à economia tecnológica é fundamental para todos os modelos de negócio digital de crescimento rentável em escala, para que consigam acompanhar as altas expectativas de valor de seus consumidores.

Um ecossistema Open Banking

Bhupinder Signh, Co-Founder & CTO na Openitio Limited, iniciou sua fala apresentando as definições de Open Banking e os principais atores e partes envolvidas, considerando os governos e reguladores, bem como as leis de consentimento e privacidade como pilares essenciais desse ecossistema. Com base na experiência do Reino Unido, Signh dividiu a implementação do Open Banking em 8 etapas, destacando a fase de implementação dos padrões de segurança (FAPI ou Financial-grade API) e definições de experiência do cliente como as mais críticas do processo. Dentre os benefícios do Open Banking ele evidenciou a rigorosa validação das partes antes de entrarem no ecossistema e o compartilhamento de dados por consentimento, proporcionando maior agilidade em transações e segurança aos usuários.

Moeda digital do Banco Central

As CBDCs, moeda digital emitida por bancos centrais, combina a facilidade dos pagamentos eletrônicos com a acessibilidade do dinheiro. Nesse painel, a R3 apresentou um panorama global com os projetos que estão em desenvolvimento em vários países. No cenário apresentado, podemos observar que apesar dos benefícios – redução de alguns custos, aumento da eficiência de pagamentos transfronteiriços e da base de clientes – ainda há necessidade de entender se essa nova tecnologia é estável, resiliente e segura. Por isso, há uma série de pesquisas em desenvolvimento sobre o assunto. Além disso, a R3 também apresentou uma demonstração completa do funcionamento de seu Sandbox, que até o final do ano poderá contar com a participação e colaboração de profissionais de forma global.

Como se posicionar para vencer no Open Banking

A transformação digital já mudou a forma com a qual interagimos com mundo, uma prova disso é que os bancos estão a um clique de distância. Nesse painel, que começou com um breve histórico das operações bancárias ficou claro que o futuro é cada vez mais digital e inovador. O Open Banking, claro, é um dos caminhos para essa transformação no mercado financeiro e aquele que conseguir assumir uma posição de destaque, oferecendo soluções relevantes e personalizadas, de forma ágil, para o público tem tudo para chegar na frente. Destaque para a coleta e análise de dados desse ecossistema, que são o principal meio de entender o seu público para entregar uma experiência de valor.

Experiência prática na implantação do Open Banking em instituições financeiras de médio porte

O Open Banking é uma iniciativa revolucionária no mercado financeiro. Porém, será que todos estão tecnologicamente preparados para abarcar essa revolução? Esse foi o fio condutor da discussão desse painel, que contou com a participação de instituições de médio porte que avaliaram os impactos da adesão ao Open Banking. Uma coisa é clara, os benefícios – inclusive, para pessoas jurídicas – são muito atrativos, dentre eles podemos destacar a otimização de processos internos, maior visibilidade e uso de tempo para definição de estratégias; entretanto, os desafios que envolvem o aparato tecnológico, gestão de consentimento e adaptação dos sistemas legados pode fazer com que alguns nichos optem por entrar no Open Banking um pouco mais tarde. Além disso, os painelistas destacaram como as outsourcings de TI ou empresas parceiras podem colaborar com o desenvolvimento dessa da solução e integração, tendo em vista os prazos e expertise necessária.

>>Leitura recomendada: Integração da API open banking: aprenda como fazer

Open Banking Week  – Dia 4

 dia 4

Open Banking e Inclusão Financeira na África

Este ano, o Banco Central da Nigéria (CBN) emitiu a Estrutura Regulatória para Open Banking e a expectativa é de que isso transforme a indústria financeira no país. Expandir essa iniciativa para outros agentes, além de instituições financeiras, permitirá a ampliação das oportunidade de inovação e encorajará o contínuo desenvolvimento das fintechs na região, sobretudo em um contexto em que a inclusão financeira é um desafio, como é o caso da Nigéria. Bunmi Wellington, Product Management Leader na Nigerian Fintech Space, citou algumas iniciativas, ainda que sutis, que já estão sendo implementadas, no que se refere à compartilhamento de dados e transformações em estilos de vida, como é o esperado. Há um esforço positivo por parte do CBN para tornar esse ecossistema cada vez mais acessível, apostando no Open Data, abrindo caminho para o tratamento de dados dos desbancarizados e desenvolvendo produtos e serviços que reconheçam a diversidade étnica e cultural da região.

Open Banking em setores não financeiros

O Open Banking se tornou um fenômeno global e já se percebe uma enorme camada de possibilidades a serem exploradas, especialmente fora do setor bancário. A ampla base de usuários e o elevado número de transações têm atraído essas instituições não-financeiras para esse ecossistema. Neste painel, foram apresentadas algumas delas, como o setor de energia e o serviço de correios italiano, que passaram a fornecer serviços de iniciativa de pagamento e conta, além de possibilidades de venda cruzada. Destaque para os setores de utilidade pública, que possuem ainda uma significativa oportunidade em termos de economia de custo por transação, tendo em vista que não seria mais necessário passar por um gateway de pagamentos online, por exemplo. Esses e outros casos mostram o enorme potencial dos dados e serviços integrados, mesmo entre áreas aparentemente não relacionadas, como energia, mobilidade, seguros etc, logo, há muita possibilidade em termos de inovação e expansão dos serviços para esses setores.

O que vem por aí no Open Banking?

Fundamentado no direito de acesso a dados por parte dos consumidores, o Open Banking no Reino Unido serviu de inspiração para muitos outros países, inclusive o Brasil. David Beardmore, Ecosystem Development Director no Open Banking Implementation Entity, apresentou alguns dados que demonstram o sucesso do Open Banking no UK, desde sua implementação, que aconteceu em 2018. De forma obrigatória, os 9 maiores bancos no Reino Unido fazem parte desse sistema, entretanto já são mais de 750 empresas participando, das quais 313 ativas e produzindo (85 bancos e 228 empresas terceirizadas autorizadas). Destaque para os mais de 3.5 milhões de usuários conectados, número que continua crescendo a cada mês. Os aplicativos de gerenciamento financeiro fizeram sucesso entre os consumidores; para as PMEs, as plataformas de conta em nuvem estão ajudando pequenos negócios a entenderem seus fluxos de caixa. Então, o que está por vir? Em primeiro lugar há expectativa em relação ao aumento das transações de pagamento por meio do Open Banking. A utilização de APIs Premium ou APIs padrões também estão em vista, assim como a ampliação do Open Banking para outras áreas das finanças, avançando para o Open Finance ou até mesmo para o Open Energy ou Open Telecom.

1 ano de Open Banking

Open Banking: Mitos vs. Realidade

Quando uma novidade surge é muito comum que alguns mitos sejam criados em torno dela. Por isso, o objetivo desse painel foi justamente desmistificar algumas ideias sobre o Open Banking, considerando a experiência e perspectiva de dois painelistas ingleses. Os clientes não querem usar o Open Banking? Existe aumento no risco de fraude e vazamento de dados? Os bancos serão engolidos pelas fintechs? O Open Banking possui um alto custo de implementação? Essas perguntas foram o principal fio condutor da conversa, que nos mostrou por meio de dados do Reino Unido (pioneiro na implementação do Open Banking) que, na realidade, há um aumento exponencial no número de chamadas realizadas no ecossistema do Open Banking; que o uso de protocolos específicos para APIs financeiras (FAPI), proporciona mecanismos mais seguros do que os utilizados anteriormente; além de evidenciar o potencial de colaboração e parceria, inclusive, para empresas que são especializadas na construção de soluções prontas.

Os caminhos para o Open Banking no mundo

A mexicana Mariana Velazquez, Innovation Specialist do Grupo Financeiro Banorte, apresentou um interessante panorama da implementação do Open Banking ao redor do mundo, com entendimento de que esta é apenas uma parte do caminho rumo ao Open Finance. Mariana destaca os três tipos de abordagem de implementação do Open Banking: 1 – obrigatória (adotada por países como Reino Unido, Brasil e México); 2 – facilitadora (adotada por Hong Kong e Singapura); 3 – mercadológica (adotada pelos Estados Unidos). Além disso, ela também pontuou os principais benefícios que o Open Banking pode trazer para o mercado financeiro, como o aumento da competitividade, criação de novos modelos de negócio e mais personalização dos serviços, a partir do uso dos dados. Entretanto, ela também comentou sobre os desafios em comum para todos os países: garantia de segurança integração com sistemas legados e desburocratização de processos para facilitar a adaptação de acordo com as necessidades do mercado.

Open Banking e a transformação do pequeno e médio varejo

Um painel totalmente focado nas oportunidades e desafios que as pequenas e médias empresas (PMEs) do varejo terão com o Open Banking. A começar pelos benefícios, ficou claro que esse setor vai conseguir receber ofertas mais personalizadas, utilizar seu histórico positivo para abrir novas possibilidades de crédito, além do potencial de inovação criativa por meio da conexão com outras empresas e fintechs que possam oferecer serviços complementares por meio de integrações de API. Por conta do aumento do acesso a dados – mediante consentimento do cliente, claro – será possível se aproximar muito da realidade do consumidor, aumentando a assertividade das propostas. De modo geral, como apresentado no painel, as PMEs costumam não ter acesso a muitos produtos financeiros e não estão satisfeitas como atendimento que recebem atualmente. Com o Open Banking, essa realidade tem tudo para mudar, até mesmo porque a forma de criar produtos, fazer pesquisas de mercado, analisar dados e trabalhar de forma colaborativa com outros players tem tudo para beneficiar o cliente final.

Open Banking Week – Dia 5

dia 5

Open Banking: Implantando e integrando com agilidade

Nesse painel apresentado pela OPUS, Alexandre Perugini, nosso Technical Product Manager compartilhou dicas de boas práticas para superar os desafios técnicos das fases 2 e 3 do Open Banking relacionados a integração e implantação da API. Portanto, é necessário avaliar os sistemas utilizados pela instituição, identificar possíveis gargalos, considerando as oportunidades de crescimento atreladas ao Open Banking e intrinsecamente conectadas com a camada tecnológica. Além disso, Perugini chama atenção para gestão de consentimento, diferentes tipos de integração com o core bancário e a necessidade de realizar testes de stress para garantir o sucesso da implantação.

Um ecossistema de confiança

Com a enorme quantidade de dados confidenciais sendo compartilhados e expostos por APIs para interconectar sistemas e participantes do Open Banking é legítimo supor que a segurança é um dos fatores de maior preocupação nesse ecossistema. Neste painel, Dima Postnikov Principal Architect no Commonwealth Bank Austrália, demonstrou a relação comum entre os provedores de dados e usuários que, por meio de diferentes interfaces de consentimento, têm permitido o acesso a serviços adicionais. O painelista destacou o estabelecimento de padrões técnicos e a rígida regulamentação como a chave para que diferentes componentes rodem em segurança nessa rede complexa, tornando o ambiente confiável. Especificações de APIs, perfis de segurança, gerenciamento de consentimento entre outros requisitos opcionais, compõem esses padrões. Dima demonstrou ainda as particularidades do ecossistema Australiano, sobretudo em relação a carência de APIs de consentimento, tendo seu ecossistema de adoção impactado, em comparação ao Reino Unido e Europa que seguiram padrões exigidos pela PSD2.

Open Banking e Open Finance tornam-se globais

O Open Banking e o Open Finance estão proporcionando novas oportunidades para diferentes players ao quebrar o monopólio das organizações financeiras tradicionais e impulsionar a inovação. Neste painel, Brendan Jones, CCO e COO do Konsentus Group, falou sobre os diferentes drivers capazes orientar a implementação do Open Banking e do Open Finance em cada país, que podem estar voltados ao incentivo à inovação e competição, como foi o caso da Europa, ou mesmo à inclusão financeira, como é o caso da maioria dos países da América Latina. Jones mostrou também as variações em relação à escolha das arquiteturas de Open Banking (centralizadas, como na Europa ou descentralizadas, como no Reino Unido e no Brasil) e os principais pontos de atenção observados em implementações bem-sucedidas: regulamentação e padronização a nível nacional, tecnologia, controle e confiança. Em uma recente pesquisa de mercado, realizada pelo órgão regulador do Open Banking no Reino Unido, ficou claro que há um interesse por parte das organizações em aproximar o mercado das iniciativas de inovação.

Open Insurance – Desafios e Oportunidades

Com todos os caminhos apontando para o Open Finance, o Open Insurance dá seus primeiros passos para ingressar nesse ecossistema, se mostrando muito alinhado com as definições do Open Banking. Com objetivos muito similares, a área de seguros tem pela frente o grande desafio de digitalização e modernização de sistemas para conquistar os benefícios da era “open”. Nesse painel, ficou claro que as empresas que conseguirem analisar os dados obtidos para criar ofertas personalizadas, entregando valor para o clientes, se destacarão no mercado. Além disso, há um grande destaque para parcerias e colaborações com insurtechs ou outros segmentos para criar aplicativos, agregadores ou mesmo outros produtos. Renato Terzi, CEO do BMG Corretora de Seguros, também fez uma consideração interessante em relação ao papel do corretor de seguros no mercado digital, chamando atenção para a necessidade de sair da zona de conforto para operar nesse novo ecossistema.

Open Insurance ebook

Open Banking, Riscos abertos

Open Banking, Open Finance, Open Insurance…nessa semana acompanhamos uma série de painéis com essa temática, entretanto, este painel traz uma abordagem interessante ao considerar os riscos (ou como chamado por eles, Open Risk). Isso porque, junto com o aumento da geração de oportunidade há também uma necessidade tecnológica que precisa ser suprida, para lidar com os sistemas legado das instituições, aferir os dados com inteligência e expor essas informações de forma segura no ecossistema, afinal estamos falando de um conceito aberto, que obviamente, aumenta a exposição para mal-intencionados. Entretanto, o modelo de autorregulação adotado pelo Banco Central e a perspectiva de desenvolvimento do Open Finance, após a fase 4, traz uma boa ótica de desenvolvimento e adoção de mecanismos de proteção. Porém, de acordo com os painelistas, vale sempre a pena pesar na balança o risco vs. inovação.

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